Lutas vitoriosas na Companhia das Lezírias e no sector corticeiro

NEGOCIAÇÃO Na Companhia das Lezírias e no sector da cortiça os trabalhadores viram satisfeitas as reivindicações, após difíceis processos negociais. São lutas vitoriosas tornadas possíveis graças à organização e unidade dos trabalhadores.

Reivindicações foram satisfeitas após persistentes lutas

No caso dos trabalhadores da Companhia das Lezírias a conquista traduziu-se num aumento salarial de 35,07 euros para todos os trabalhadores, após acordo alcançado entre esta empresa do sector empresarial do Estado e o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB).

O acordo, que eleva o salário mínimo nesta empresa para os 635,07 euros, depois de nove anos sem actualizações salariais, só foi possível porque os trabalhadores tomaram consciência da necessidade de se organizarem e sindicalizarem no SINTAB, passo que foi decisivo para que o sindicato desse corpo e força às suas reivindicações.

Assinado no dia 19, na sede da Companhia das Lezírias, em Samora Correia, concelho de Benavente (distrito de Santarém), o documento, para além do aumento salarial, garante outras importantes melhorias para os trabalhadores, como sejam o aumento de diuturnidades de 5,85% e aumento de 3,45% das restantes cláusulas pecuniárias (excepto o subsídio de alimentação).

A União dos Sindicatos de Santarém, em nota de imprensa, adianta que serão actualizadas também as comparticipações para as despesas de saúde através de um aumento de 60 para 75 euros em 2019 e 100 euros em 2020.

A força da razão

Garantido pelos trabalhadores da indústria corticeira, graças à sua luta, foi também um novo contrato colectivo de trabalho para o sector, concluídas que foram (com a arbitragem do Governo) as negociações salariais com a respectiva associação profissional.

O processo teve o seu desfecho na passada semana e traduz uma clara demonstração de que «vale sempre a pena lutar», como refere a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM), em nota publicada no dia 20, onde sublinha que a «associação patronal (APCOR) foi forçada a subir o valor que ela própria rotulou como o “maior aumento do século”, que, afinal, foi ultrapassado».

De acordo com a revisão do contrato colectivo de trabalho, haverá subidas salariais entre os 17,85 para os encarregados gerais da categoria IX e os 19,50 euros para a generalidade do pessoal operário afecto à categoria XIV.

O que significa, em termos práticos, que os primeiros ficam agora com um ordenado-base de 867,82 euros, enquanto os trabalhadores do escalão profissional mais baixo passam a auferir 795,01 euros por mês. Aprendizes com idades entre os 16 e 18 anos, por seu lado, passarão a ganhar entre 700 a 725 euros mensais. Aumentado é também o subsídio de refeição para os 5,65 euros.

O Sindicato dos Operários da Cortiça do Norte considerou que para a actualização salarial alcançada, com efeitos retroactivos a 1 de Junho de 2019, foi determinante o conjunto de acções de luta levadas a cabo este ano pelos trabalhadores do sector corticeiro.




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