Mais cem euros nos salários
Nas negociações do Acordo de Empresa da vidreira Santos Barosa, na Marinha Grande, foi alcançado um aumento de 103,25 euros nos salários-base de todos os 499 trabalhadores, a partir deste mês de Janeiro, revelou a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro, no dia 23.
Numa nota de imprensa, a Feviccom/CGTP-IN assinalou que foram também actualizados os valores dos subsídios de refeição e de turnos. Na nova tabela salarial, o salário mais baixo passa a ser de 1.109,50 euros.
A negociação teve «uma ampla participação e intervenção dos trabalhadores», os quais «têm contribuído decisivamente para a riqueza que tem sido criada ao longo dos anos».
À agência Lusa, a coordenadora da Feviccom lembrou que os trabalhadores «têm participado, activamente, nos plenários e, ao longo dos últimos anos, têm desenvolvido greves com grande unidade e determinação». Fátima Messias, que faz parte da Comissão Executiva da CGTP-IN, observou que este facto determinou «em grande parte» que agora se chegasse a estes resultados sem necessidade de recorrer a formas de luta.
A federação – que integra o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira – recordou que «o horário de trabalho nos turnos é de 35 horas semanais», um limite que está «na contratação colectiva do sector há duas décadas».
«O aumento dos rendimentos dos trabalhadores é imperioso, possível e determinante para assegurar maior crescimento económico, promover uma mais justa repartição da riqueza, aumentar a produtividade e incentivar a motivação laboral», salientou a Feviccom.
Na Medway, do Grupo MSC (antiga CP Carga), a negociação salarial foi concluída com acordo, do qual decorre uma actualização que, «para um número muito significativo de trabalhadores, é superior a 8,5 por cento» e para muitos representa valorizações na tabela «na ordem dos 100 euros», com efeitos a 1 de Janeiro, informou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, num comunicado de dia 23.
Estes valores, explicou o sindicato da Fectrans/CGTP-IN, decorrem da actualização da tabela salarial, em 2,5 por cento, a que acrescem 60 euros por índice (escalão) e mais 20 ou 10 euros, para os índices mais baixos.
O subsídio de refeição sobe para dez euros, mas «antes do segundo semestre discutir-se-á novo aumento para o segundo semestre».
A negociação contou «com envolvimento do sindicato junto dos trabalhadores, nos locais de trabalho, demonstrando que só assim é possível avançar na valorização dos salários». A luta por este objectivo – nomeadamente para que nas empresas do grupo haja «resultados idênticos» – «ganhará mais força no futuro com o reforço da sindicalização no SNTSF» e «com a intervenção e o envolvimento dos trabalhadores».