Novidades, tentáculos e nenhum pluralismo

A semana passada podia ter sido de festa para quem defende maior pluralismo na comunicação social, com o surgimento de um novo canal de televisão dedicado à informação. Falamos do NOW, a nova criação do novíssimo grupo Medialivre. Tudo parece inovador e moderno, um sinal de vitalidade no sector mediático. Trata-se de um canal de notícias, que veio para fazer sombra à CNN Portugal e à SIC Notícias, mas que nos primeiros dias discutiu lugares no ranking das audiências com a depauperada e subalternizada RTP2. E o grupo que o detém de novo só tem o nome: é a «velha» Cofina, dona do Correio da Manhã, CMTV, revista Sábado e do desportivo Record.

Afinal trata-se só de mais um passo no caminho de concentração de meios no sector, uma cópia do modelo já batido. O NOW é um sucedâneo envernizado do projecto que lidera na imprensa escrita e na televisão por cabo. Também nos «protagonistas», como o próprio canal apresenta os seus principais comentadores, não há qualquer inovação no sentido do pluralismo. Dos dez nomes com filiação e intervenção partidária conhecida, vemos nomes ligados ao PS, ao PSD, ao Chega, à Iniciativa Liberal e ao BE, não constando na lista dessa «categoria» um único comunista com presença na estação, logo remetido para plano secundário.

Nos primeiros dias já foram entrevistados o primeiro-ministro e líder do PSD, os presidentes do Chega e da IL. Até ver, o novo canal de informação encaixa na perfeição no panorama mediático, em que os principais meios estão na posse de grupos económicos de grande dimensão (a Medialivre/Cofina foi avaliada em mais de 56 milhões de euros no final do ano passado) e se constituem como instrumentos do poder económico-financeiro, como ficou claro na recente guerra de poder em torno de outro dos grandes grupos do sector, a Global Media. Sobre este, dono de títulos como o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e a rádio TSF, vale a pena lembrar que, depois das justas manifestações de solidariedade com os trabalhadores e em defesa dos títulos a que assistimos há meses, voltou a haver trabalhadores com salários em atraso, foram concretizados despedimentos, incluindo de jornalistas que há anos ali escreviam, enquanto se mantém um manto de opacidade sobre quem são os seus verdadeiros donos.

Numa outra frente, sem aparente ligação com o sector, os CTT falharam os objectivos para 21 dos 22 indicadores de qualidade do serviço público postal. Aquele que ficou mais longe foi, como alguns dos assinantes do Avante! conhecerão por experiência própria, o prazo para entrega de publicações periódicas. Trocando por miúdos, o que mais prejudica a imprensa que não depende dos grupos económicos, a imprensa local e regional. Ambos os sectores têm em comum uma história de privatizações, degradação de serviços de interesse público e ataque aos direitos dos seus trabalhadores, num movimento em que o poder económico e os seus centros de decisão alargam a rede tentacular com que procuram impor o seu domínio.

 



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