Palestina – solidariedade e firmeza
O Madleen, o barco humanitário da “Flotilha da Liberdade” que viajava desde Itália para a Gaza com alimentos, medicamentos e comida para bebés, foi atacado e sequestrado pelo exército israelita na noite de domingo para segunda-feira. Quadricópteros militares israelitas lançaram um “pó branco” sobre a embarcação. Seguiu-se a abordagem a partir de lanchas militares, o sequestro do barco e o desvio da sua rota. A tripulação incluía 12 cidadãos de várias nacionalidades (franceses, alemães, brasileiros, turcos, suecos, espanhóis e holandeses), entre os quais a conhecida activista Greta Thunberg e Rima Hassan, deputada ao Parlamento Europeu. Foram sequestrados e levados para Israel.
O barco foi desviado para o porto israelita de Ashdod e a sua carga “apreendida”. Ao momento que escrevemos, Israel anunciou a deportação dos 12 membros da tripulação. Incontactáveis desde o sequestro, irão ser obrigados a visionar vídeos israelitas sobre o 7 de Outubro. Nas palavras do MNE Israelita, «os passageiros do iate das selfies estão seguros e desarmados», «o espectáculo acabou».
O ataque ao Madleen constitui uma escandalosa violação do direito internacional, incluindo do direito marítimo. Trata-se de um acto de pirataria e sequestro, praticado em águas internacionais, mais um crime a juntar ao rol de atrocidades cometidas por Israel contra o povo palestiniano e contra muitos dos que com ele se mostram solidários. O governo de Israel não conhece limites na acção criminosa para manter o cerco assassino que impõe a Gaza, mas este acto de pirataria isola ainda mais o criminoso regime sionista.
O Madleen pode não ter chegado a Gaza, mas Israel não consegue calar nem impedir a solidariedade com a Palestina. Multiplicam-se as manifestações de solidariedade e já está a caminho a “caravana da firmeza”, um comboio terrestre de solidariedade que envolve 7000 pessoas de vários países do Magrebe. Levarão comida, água e ajuda médica. Saíram da Argélia, reuniram-se em Tunis no dia 9, e viajarão pela Tunísia, Líbia e Egipto até à passagem de Rafah no sul da Faixa de Gaza.
Os povos estão a fazer a sua parte para tentar salvar o povo palestino. Que os governos façam a sua parte e terminem com silêncios, inércias e hipocrisias cúmplices, como os do Governo português.