Continuar uma obra extraordinária
Joaquim Judas é o cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal de Almada. O colectivo que agora vai integrar tem por missão prosseguir o extraordinário património de realização do povo de Almada, do seu movimento associativo e dos seus autarcas. Uma obra construída com trabalho, honestidade e competência, enfrentando e vencendo enormes dificuldades.
As pessoas acreditam e têm confiança neste projecto
A CDU, em Almada, realizou um trabalho notável que mereceu, até aqui, a confiança dos eleitores. O que Joaquim Judas, com o restante executivo municipal, pode acrescentar a este projecto?
O acrescentar aos projectos é a própria vida do projecto, que é a ligação à realidade, que se vai alterando progressivamente, também pelo efeito da nossa intervenção, mas também pelo efeito da intervenção dos outros, da política nacional, que não deixa de ter aqui impactos grandes. Nós já aqui vivemos épocas extremamente complicadas, com a destruição do tecido produtivo. Tudo foi destruído e foi necessário encontrar outros caminhos. A gestão CDU encontrou respostas para que Almada garantisse um elevado nível de vida, naquilo que é o quadro nacional, aos seus moradores.
Hoje, quais os problemas que mais se evidenciam neste concelho?
Atravessamos um momento muito difícil. Os problemas sociais também aqui chegam. Temos os jovens, com grandes dificuldades em encontrar emprego com direitos, temos o desemprego, temos a diminuição do poder de compra, dos salários e das pensões. É esta realidade que nós temos de contribuir para alterar.
Quais os principais desafios para o futuro?
Almada sempre teve os olhos postos no futuro, no aproveitamento das suas potencialidades. Há recursos naturais e há recursos que foram criados pela nossa intervenção, pela nossa capacidade de atracção. Temos os projectos do Arco Ribeirinho Sul e da Margueira, que são de grande importância, temos os projectos de contacto e de acesso ao rio, quer em Cacilhas, quer no Ginjal, e temos o projecto do Polís da Caparica, que o Governo agora quer liquidar, para além de tudo aquilo que está envolvido no projecto do Porto de Contentores da Trafaria, que terá, a ser concretizado, impactos ambientais, sociais e económicos gravíssimos. O que dizemos é que os nossos compromissos nós assumimos, e continuaremos a defender os compromissos que foram assumidos pela gestão CDU.
Como qualificas a equipa da CDU para a Câmara Municipal?
Há aqui uma linha forte de continuidade, que é muito benéfica ao concelho de Almada. São pessoas que conhecem a realidade, que estudaram, que construíram soluções, com os trabalhadores da autarquia, com as instituições, com os agentes económicos e sociais. Esta equipa tem a solidez de quem construiu, num contexto participativo, com um suporte técnico sério. Isso é-nos garantido pelos vereadores, pelos camaradas e amigos que integram a lista, e que nos propomos voltar a eleger.
Depois há as experiências novas, vistas sempre no quadro do colectivo. Todos podemos ficar a beneficiar por esse caldear de visões diferentes com o saber que já está adquirido.
A Mara Figueiredo não é uma pessoa desconhecida, fez um extraordinário trabalho na Junta de Freguesia do Laranjeiro. É uma mulher jovem, com uma grande sensibilidade social, com uma grande capacidade de diálogo.
Numa carta que enviaste aos munícipes, afirmas que a prioridade, para a CDU, são as pessoas, e que é preciso defender a água e o saneamento como bens e serviços públicos. Como vai actuar a CDU no próximo mandato, sabendo que a política de direita quer privatizar estes bens?
Essa não é uma questão pequena, até porque o PS tem estado fortemente envolvido nesse projecto. Portanto não é indiferente, para que se consiga defender a água pública, assim como um Poder Local forte, com capacidade de resposta, termos uma pequena ou uma grande votação na CDU nestas eleições. Aquilo que sabemos, e o que a vida tem demonstrado, é que a privatização da água põe em causa aquilo que é a acessibilidade a esse bem essencial, designadamente por via do preço e do aumento do preço, muito significativo sempre que existem fenómenos de privatização, e da necessária garantia da qualidade da água.
Outro aspecto que essencial é que quem tenha a água na mão tem um instrumento de poder, que não pode sair do domínio público.
Que outras apostas têm a CDU para o futuro?
O primeiro é a fortíssima sensibilidade social que nós temos e a disponibilidade para trabalhar com toda a gente. Todos aqueles que queiram contribuir para uma vida melhor aqui em Almada, sem discriminações, serão bem-vindos, e damos um grande valor àquilo que é a realidade do movimento associativo na vida actual. O movimento associativo está presente em todas as áreas, da educação, da cultura, da actividade desportiva, da promoção da saúde, na actividade económica também, na acção social, através das IPSS. Portanto, o movimento associativo tem um papel muito importante e é um veículo de participação transformador na vida do município.
Outro aspecto tem a ver com uma aposta forte na cultura e na juventude. Temos hoje uma juventude com formação e com uma capacidade produtiva, a nível cultural, que está a ser perdida. A nossa aposta é conjugar estes dois aspecto: a cultura e a juventude, de modo a que consigamos fazer coisas muito interessantes, para bem da nossa região e do nosso concelho.
O reforço na votação da CDU é mais um passo para combater a política de direita, seguida nos últimos anos pelos sucessivos governos do PS, do PSD e do CDS?
Uma coisa é sermos eleitos com um governo que respeite a Constituição da República, que promova a qualidade de vida dos cidadãos. Outra coisa é um governo que desrespeita o Poder Local, tal como tem acontecido nos últimos anos. Assumirmos a responsabilidade nas condições em que o governo é favorável à melhoria das condições de vida é muito diferente daquilo que temos que fazer se o governo tiver uma orientação oposta.
Mas, quer numa situação, quer noutra, somos aqueles que estamos mais bem colocados para defender os interesses da população, quer na perspectiva de termos uma mudança política no nosso País, que defina um novo rumo para a política nacional, quer no caso inverso, em que tenhamos um governo que crie maiores dificuldades.
Nos contactos que tens tido com associações, instituições, com a população em geral, que preocupações te colocam?
A grande preocupação das pessoas, talvez a maior, é a questão do emprego. Nós vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para criar emprego, para que os trabalhadores tenham melhores condições e direitos. Iremos fazer tudo para apoiar os pequenos e médios empresários, e ajudar todos aqueles que queiram escolher o nosso território para desenvolver aqui uma actividade produtiva. No entanto, não está ao alcance do Poder Local, de qualquer força política no Poder Local, o concretizar uma política fomentadora de criação de emprego, isso diz respeito ao Poder Central.
E que receptividade tens recebido?
Grande receptividade, simpatia, manifestações de apoio, uma discussão sempre aberta e franca. Almada tem um capital de realizações e de trabalho que permite, com muita facilidade, abordar as pessoas. A experiência do Poder Local, da CDU em Almada, é, assim como em outros concelhos, de sucesso. As pessoas acreditam e têm confiança neste projecto.
No entanto, era bom que, da parte de todos, houvesse o acesso a uma informação isenta sobre as coisas. Da parte dos nossos adversários, por não terem motivos para nos atacarem agarram-se a coisas que não são da nossa responsabilidade, não são da nossa área de competência, e, no fundo, enganam as pessoas, dizendo-lhes que isto ou aquilo não está bem, atribuindo a responsabilidade à Câmara.
Sempre tiveste uma forte ligação aos trabalhadores. Que mensagem lhe diriges, aos da autarquia e aos que moram e trabalham no concelho?
Esta Câmara, sendo da CDU, é deles. Será uma autarquia para todos os que aqui moram, e terá como marca o valor do trabalho, da solidariedade, da justiça social. Estes valores vão estar sempre presentes nesta gestão, e ninguém melhor do que a CDU está em condições de concretizar uma política com esses valores. Por esta razão, ninguém melhor do que a CDU estará em melhores condições de os chamar a poderem provar aquilo de que são capazes enquanto agentes fundamentais de um processo de transformação da sociedade, para uma sociedade melhor.
Como vês o concelho de Almada daqui a quatro anos?
Isso depende muito do que ocorra a nível nacional. Se se mantiver uma política de direita, que sacrifica a soberania e a independência nacional, que assenta na degradação dos salários e das pensões, aquilo que vamos encontrar são quatro anos de luta para manter polos de desenvolvimento, de qualidade de vida, que procurará a resolver os problemas essenciais das populações que são da competência do Poder Local. Continuaremos ainda a «armar» a população, por via da cultura, da educação, da actividade fortíssima com o movimento associativo, para assegurarmos um instrumento que nos permita garantir que apesar das dificuldades de quatro anos o nosso futuro há-de ser melhor. Mas não podemos garantir muito mais do que isto.
Se o resultado destas semanas que se aproximam e o resultado das eleições autárquicas permitirem ajudar a uma mudança política nacional – num caminho que será certamente difícil, que exige trabalho, empenho, esforço, muita solidariedade e disponibilidade para lutar e para participar – com certeza, nessas circunstâncias, conseguiremos abrir caminho para muitos projectos importantes que queremos concretizar, seja nas áreas sociais, designadamente nos problemas de habitação que continuam a existir e que se agravaram nos últimos anos, seja no desenvolvimento de projectos que permitam a criação de emprego e que, de facto, melhorem a qualidade de vida e a distribuição da riqueza.