Força de Abril para construir um futuro de confiança

«CDU – Tra­balho, ho­nes­ti­dade e com­pe­tência – Fu­turo de con­fi­ança» foi um dos temas de­ba­tidos, do­mingo, no Fórum, por Jorge Cor­deiro, Vítor Pro­ença, Jo­a­quim Santos, Ilda Fi­guei­redo e Ce­cília Sousa.

A cerca de três se­manas das elei­ções de 26 de Se­tembro, este foi um mo­mento, fun­da­men­tal­mente, para de­bater aquilo que as au­tar­quias lo­cais re­pre­sentam en­quanto es­paço de re­a­li­zação, de trans­for­mação, de res­posta aos pro­blemas, mas também sobre a im­por­tância de ter nos ór­gãos e nas es­tru­turas supra-mu­ni­ci­pais quem, como os eleitos da CDU, ga­ranta uma gestão ao ser­viço das po­pu­la­ções.

Abor­dado foi, assim, o pro­jecto dis­tin­tivo da Coli­gação PCP-PEV, que se apre­senta de «cara des­ta­pada», ao con­trário das «falsas» listas de in­de­pen­dentes ou de co­li­ga­ções elei­to­rais com si­glas de «bar­rigas de alu­guer». Des­ta­cado foi o nú­mero de in­de­pen­dentes que in­te­gram as listas da CDU: 15 mil, num total de 40 mil can­di­datos.

O con­celho do Seixal foi apon­tado como exemplo con­creto da­quilo que re­pre­senta o pro­jecto dis­tin­tivo da CDU, re­la­ti­va­mente aos cri­té­rios e op­ções de gestão, na re­lação com os tra­ba­lha­dores, nos ele­mentos de par­ti­ci­pação, de de­mo­cra­ti­zação da vida cul­tural e so­cial, na pri­o­ri­dade aos ser­viços pú­blicos. 92 por cento de exe­cução do pro­grama elei­toral; 100 mi­lhões de euros de in­ves­ti­mento; des­cida con­sis­tente da taxa do IMI; re­dução das taxas de água, sa­ne­a­mento e re­sí­duos, foram dados avan­çados por Jo­a­quim Santos, pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal (CM) do Seixal.

Ilda Fi­guei­redo, ve­re­a­dora na CM do Porto, abordou a questão do tra­balho de­sen­vol­vido pela CDU em mi­noria, in­dis­pen­sável para de­fender os in­te­resses das po­pu­la­ções e dar corpo a causas e as­pi­ra­ções lo­cais, bem como para ga­rantir uma gestão trans­pa­rente e eficaz.

Por seu lado, Vítor Pro­ença, pre­si­dente da CM de Al­cácer do Sal, su­bli­nhou a ne­ces­si­dade de ter um Poder Local am­pla­mente par­ti­ci­pado, plural, co­le­gial e de­mo­crá­tico, do­tado de uma efec­tiva au­to­nomia ad­mi­nis­tra­tiva e fi­nan­ceira. Defendeu ainda a cri­ação das re­giões ad­mi­nis­tra­tivas e cri­ticou o cha­mado pro­cesso de de­mo­cra­ti­zação das CCDR, que uniu PS e PSD.

A pre­si­dente da União das Juntas de Fre­guesia de Po­ceirão e Ma­ra­teca, Ce­cília Sousa, frisou que a «ex­tinção» de fre­gue­sias não trouxe van­ta­gens à go­ver­nação dos ter­ri­tó­rios, antes agravou os pro­blemas e as de­si­gual­dades ter­ri­to­riais.

Com­pro­misso com a de­mo­cracia

No sá­bado, de manhã, também no Fórum, foi as­si­na­lado o «45.º ani­ver­sário da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica» (CRP), num de­bate com Paulo Rai­mundo, Du­arte Alves, João Fer­reira, Carlos Gon­çalves e Ma­da­lena Castro. As sete re­vi­sões à CRP, sempre no sen­tido do seu em­po­bre­ci­mento, com a eli­mi­nação da re­fe­rência à Re­forma Agrária ou a acei­tação da su­pre­macia das normas da União Eu­ro­peia, foi uma das ma­té­rias mais apro­fun­dadas, tanto pelos ora­dores como pelo pú­blico. Também não foi es­que­cida a in­tenção do PSD – sob o si­lêncio pre­o­cu­pante do PS – de uma nova re­visão cons­ti­tu­ci­onal e o papel de Mário So­ares no pro­cesso contra re­vo­lu­ci­o­nário.

Simul­ta­ne­a­mente, Bel­miro Ma­ga­lhães, Mi­guel So­ares, Fi­lipa Malva, Ma­nuel Pires da Rocha e Inês Maia abor­davam, no Au­di­tório, o tema «Pelo di­reito à cri­ação e fruição cul­tural», onde se par­ti­lharam ex­pe­ri­ên­cias e lutas, ava­liou as in­su­fi­ci­entes res­postas do Go­verno para o sector e apro­fundou a re­flexão sobre as me­didas que a re­a­li­dade impõe como ne­ces­sá­rias. A cha­mada «ras­pa­dinha do pa­tri­mónio cul­tural» foi dado como exemplo pa­ra­dig­má­tico da ac­tual po­lí­tica para o sector. Crí­ticas que se es­ten­deram aos an­te­ri­ores e su­ces­sivos go­vernos do PS, PSD e CDS, que, com a sua po­lí­tica, le­varam ao con­fi­na­mento da cul­tura, mesmo antes de existir COVID-19. Des­tacado foi, por isso, o pro­jecto de lei apre­sen­tado pelo PCP, em Março de 2020, para a cri­ação de um fundo de apoio so­cial de emer­gência ao te­cido cul­tural e ar­tís­tico.

Muito par­ti­ci­pado foi, também, o de­bate «Re­cursos na­tu­rais – Bens pú­blicos e ao ser­viço de todos», com Vla­di­miro Vale, Carlos Cruz e Alma Ri­vera, no Fórum, sexta-feira à noite, que abordou as po­si­ções do Par­tido re­la­ti­va­mente à na­tu­reza de quem ex­plora os re­cursos na­tu­rais, e como isso afecta o pro­cesso pro­du­tivo, e o no­tório en­fra­que­ci­mento das es­tru­turas do Es­tado na área do am­bi­ente. Falta de meios hu­manos e téc­nicos do Ins­ti­tuto de Con­ser­vação da Na­tu­reza e das Flo­restas (ICNF); a pri­va­ti­zação do sector das águas; o cres­ci­mento de áreas re­ser­vadas às mono­cul­turas in­ten­sivas e su­pe­rin­ten­sivas, foram so­be­ja­mente iden­ti­fi­cados pelos in­ter­ve­ni­entes.

«Di­reito a ser cri­ança» foi outro dos as­suntos tra­tados, sá­bado, à tarde, por Mar­ga­rida Bo­telho, Va­nessa Silva, Ca­ta­rina Tei­xeira e João Dias. No Au­di­tório, falou-se, es­sen­ci­al­mente, de pre­ca­ri­e­dade, de cortes de sa­lá­rios, de de­sem­prego, de des­re­gu­lação de ho­rá­rios de tra­balho, que têm fortes im­pactos nas con­di­ções de vida das cri­anças, que se agra­varam com a epi­demia.

Apli­cação das 35 horas de tra­balho sem re­dução de sa­lário; au­mento do sa­lário mí­nimo na­ci­onal para 850 euros; aplicar um plano de com­bate à pre­ca­ri­e­dade; re­dução do nú­mero de alunos por turma; cri­ação de uma rede pú­blica de cre­ches gra­tuitas; um Plano Na­ci­onal de Ocu­pação dos Tempos Li­vres, são pro­postas do PCP, que ali foram apre­sen­tadas.




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Ana Ferreira Ana Isabel Martins Fernando Monteiro Inês Seixas Jaime Carita José Baguinho João Lopes Jorge Cabral Jorge Caria José Carlos Pratas José Coelho José Frade Luís Duarte Clara Manuel Pinto Jorge Mário Saldanha Miguel Mestre Nuno Lopes Nuno Trindade Nuno Sousa Paulo Oliveira Paulo Silva...