Reformados continuam a perder poder de compra

Os au­mentos ve­ri­fi­cados nas pen­sões em Julho «não res­pondem à es­ca­lada de preços da ali­men­tação, elec­tri­ci­dade, gás e ou­tros bens e ser­viços es­sen­ciais à sa­tis­fação das ne­ces­si­dade bá­sicas», alerta o PCP, que res­pon­sa­bi­liza o Go­verno do PS pela si­tu­ação.

Está em causa o acesso a bens e ser­viços es­sen­ciais

Em nota di­vul­gada pelo seu ga­bi­nete de im­prensa no dia 8, o Par­tido de­nuncia que «o mon­tante que agora vai ser pago em Julho, com re­tro­ac­tivos a Ja­neiro, é cor­res­pon­dente à di­fe­rença entre o au­mento re­gis­tado no início do ano e os 10 euros [de má­ximo de au­mento ex­tra­or­di­nário]», não abrange todos os re­for­mados, é «só apli­cável a pen­sões até 1158 euros» e nem se­quer é por pensão.

Mais, su­blinha o PCP: «o au­mento das re­formas re­gis­tado em Ja­neiro, entre 1% e 0,26%, teve por base uma taxa de in­flação es­ti­mada para 2022 em 1,3%, quando, hoje, a in­flação ho­mó­loga su­pera já os 8,5%, po­dendo fixar-se no fim do ano num valor su­pe­rior a 6%.»

Entre o que mais pesa para a perda do poder de compra dos re­for­mados, está «o im­pacto dos preços dos bens ali­men­tares e o au­mento dos preços da energia, na ordem dos 31,7%. A mera cons­ta­tação de que o au­mento re­gis­tado, em poucos meses, do preço da bilha de gás foi de 10 euros, põe a nu a in­su­fi­ci­ência dos au­mentos [das pen­sões] agora pro­pa­gan­de­ados», ex­plica ainda o Par­tido, para quem, «para os re­for­mados com baixas pen­sões, está em causa o acesso a bens e ser­viços es­sen­ciais».

Ora, esta é «uma re­a­li­dade ina­cei­tável que se soma aos im­pactos do surto epi­dé­mico em di­versas di­men­sões da vida dos re­for­mados, pen­si­o­nistas e idosos», os quais «não só não en­con­tram res­posta para as mi­tigar, como se agravam».

O PCP re­corda também que «esta pro­posta de au­mento ex­tra­or­di­nário foi apro­vada pelo PS no Or­ça­mento de Es­tado, em Maio de 2022, sem al­te­ração à que tinha apre­sen­tado em Ou­tubro de 2021 no OE então re­jei­tado». Isto «apesar de a in­flação ter dis­pa­rado nesse pe­ríodo, ao mesmo tempo que re­jeitou a pro­posta do PCP que vi­sava a re­po­sição do poder de compra de todas as pen­sões».

Neste con­texto, os co­mu­nistas por­tu­gueses con­si­deram que «o anúncio pelo Go­verno de au­mentos para 2023, apre­sen­tados como “his­tó­ricos” mas que mal re­põem o poder de compra per­dido, não ilude a re­cusa do PS de pro­ceder a au­mentos ex­tra­or­di­ná­rios, neste ano de 2022, que per­mitam repor poder de compra per­dido ao longo do ano».

O Par­tido ga­rante, por isso, que «con­ti­nuará na pri­meira linha de com­bate por uma po­lí­tica al­ter­na­tiva» que trave a es­pe­cu­lação e a ca­restia de vida, re­gule preços, re­ponha o poder de compra dos sa­lá­rios e das pen­sões, «a par da ga­rantia do en­ve­lhe­ci­mento com di­reitos que, na va­lo­ri­zação das pen­sões e no acesso a ser­viços pú­blicos de qua­li­dade, as­se­gure aos re­for­mados, pen­si­o­nistas e idosos uma vida com dig­ni­dade, es­ta­bi­li­dade, se­gu­rança e bem-estar.»

 



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