Fogos e apagamentos

Com o Verão, chegaram os dias de temperaturas elevadas. Os riscos de incêndio e os casos em que estes já se materializaram – com o fogo a assolar a nossa floresta – têm ganho proeminência no espaço mediático. Cinco anos depois da experiência traumática de 2017, o tratamento mediático destes dias espelham o sentimento de que se continua a responder a situações metereológicas extremas, como as que vivemos, com um misto de corrida atrás do prejuízo e esperança de que tudo corra pelo melhor.

Mas, como se assinalou na visita a Pedrógão Grande a 17 de Junho, quando se assinalou cinco anos dos incêndios de 2017, continuam ausentes respostas por parte do Governo, na prevenção, na capacidade de resposta, mas também nas causas estruturais que levaram ao abandono do mundo rural, e da floresta em particular. No entanto, esses alertas do PCP não só não abriram como tão pouco tiveram presença nos noticiários televisivos.

Quando hoje ouvimos jornalistas a perguntar se não haveria mais que podia ter sido feito para responder à situação que vivemos ou comentadores a criticar a ausência de medidas no plano da prevenção e resposta aos incêndios florestais, é importante sublinhar que houve quem alertasse – e também houve quem não desse expressão a esses alertas.

O apagão mediático da iniciativa e actividade do PCP tem prosseguido nas últimas semanas.

No dia 2, realizou-se uma iniciativa sobre o centenário de José Saramago, na sua terra natal. A 9, tivemos o convívio regional de Aveiro, em Santa Maria da Feira. Em ambos os casos, não chegou uma imagem das iniciativas às emissões televisivas.

A estas pode-se acrescentar outros dois casos recentes. A mesa redonda com professores, no dia 8, foi apagada dos ecrãs televisivos, resumida ao registo sobre a morte de José Eduardo dos Santos. No domingo, dia 10, foi a visita à Feira de Mobiliário e Decoração, em que apenas a RTP compareceu, a marcar presença no noticiário, mas como se se tratasse de uma declaração do Secretário-geral sobre a situação de risco de incêndio que se vive – três semanas depois do apagão a que a declaração feita em Pedrógão foi sujeita.

Temos um Partido que mantém uma intensa, diversa e permanente actividade, enquanto prepara a Festa do Avante! – que, ao contrário do ano de 2020, em que ganhou aberturas de noticiários por via do ataque à sua realização, continua ausente das programações de televisões, rádios e jornais. Sabendo que esta actividade, pelas suas características de proximidade e contacto directo com os trabalhadores e as populações, vive muito para lá do espaço mediático. Mas não deixa de ser inaceitável o que se vai sucedendo, com a persistente ocultação ou distorção das posições públicas, das iniciativas com a participação do Secretário-geral do PCP ou da intervenção do Partido no plano institucional.

Esta é uma das duas faces, no espaço mediático, da operação antidemocrática de pendor anticomunista em andamento: quando não é a manipulação das posições e iniciativas do PCP a alimentar a campanha contra o Partido, apaga-se a sua acção dos alinhamentos noticiosos.

 



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