Jornada Nacional da JCP foi pujante afirmação da Festa do Avante

Realizou-se, no passado fim-de-semana, a Jornada Nacional dos jovens comunistas na Festa do Avante!. Muitos foram os que contribuíram para a construção e afirmação daquele que é o maior evento político-cultural do País.

A construção da Festa do Avante! faz-se na Atalaia e em todo o País

Os dias 11, 12, 13 e 14, foram momentos de casa cheia na Atalaia. Cerca de duas centenas de jovens rumaram, de Norte a Sul do País, até à Amora, Seixal, para participar na Jornada Nacional organizada, anualmente, pela Juventude Comunista Portuguesa (JCP). Para além de um contributo assinalável na construção da própria Festa, durante quatro dias, estes jovens demonstraram ser uma prova viva da força do PCP e do ideal comunista.

Foi a Festa toda, que também é da juventude, que estes militantes e amigos ajudaram a edificar, lado-a-lado com muitos outros camaradas, de várias idades e proveniências. A Cidade da Juventude, espaço que, na Atalaia, será dos jovens durante os dias 2, 3 e 4 de Setembro, não foi a única área em que se concentraram. Durante os quatro dias, desde as coberturas e pinturas à limpeza de terreno, foi possível dar resposta a todas as necessidades que se apresentavam.

Este destacado contributo da JCP não foi um episódio único. Desde o final de Junho que, todos os fins-de-semana, os jovens comunistas participam nas jornadas de trabalho. Já as brigadas, que têm a duração de uma semana, começaram um mês depois, em Julho.

No entanto, os esforços destes jovens não se limitam à construção da Festa, na Quinta da Atalaia. Através da JCP e de muitos dos seus militante, a Festa do Avante! tem estado nas ruas de todo o País: as bancas de venda de EP (Entrada Permanente) que diariamente têm lugar em diversos locais, as distribuições do jornal dos artistas, a carrinha da Festa que tem percorrido o País e o próprio Concurso de Bandas Novos Valores constituem importantes contributos para a divulgação da Festa.

E que dizer do desfile que, na sexta-feira, percorreu as ruas da populosa freguesia da Amora? Em defesa da Escola Pública, de um Ensino Superior para todos, por melhores salários e condições de trabalho, contra o aumento do custo de vida, pelo direito à cultura, à habitação, ao desporto, pela paz no mundo, o fim da guerra e pela solidariedade com os povos que lutam e resistem, o desfile, que saiu da Atalaia e seguiu até à frente ribeirinha da Amora, deu expressão às várias lutas da juventude. E afirmou a Festa do Avante! – que é a festa da «alegria» e da «juventude», como se lia num dos panos empunhados no desfile.

 

Camaradagem, discussão e aprendizagem

O trabalho, que é também convívio e aprendizagem, foi o elemento central da Jornada Nacional, mas ela de modo nenhum se resumiu única e exclusivamente a ele. A troca de experiências, a camaradagem e o debate foram elementos presentes ao longo dos quatro dias.

A recepção aos jovens foi feita na quinta-feira, dia que terminou com um jantar assegurado, à semelhança dos restantes almoços e jantares, pelos próprios participantes. Depois da conversa posta em dia, foi a vez do convívio, elemento essencial para quem esteve presente e que se repetiu durante todas as outras noites.

A manhã seguinte começou cedo, com a jornada de trabalho a ser apenas interrompida para o desfile da JCP nas Festas da Amora. No sábado, militantes das organizações do Ensino Básico e Secundário, Ensino Profissional e Ensino Superior e da Juventude Trabalhadora estiveram reunidos nos seus respectivos plenários. Da intervenção diária realizada por estes jovens nos seus espaços de estudo e de trabalho resultou uma intensa troca de experiências e aprendizagens.

No espaço de discussão do Ensino Básico e Secundário foi possível ouvir relatos acerca da falta de funcionários e professores, da necessidade de realizar obras nas escolas, entre outras problemáticas que, num momento em que décadas de desinvestimento e o processo de descentralização de competências já em curso, ameaçam cada vez mais o direito à Escola Pública gratuita, democrática e de qualidade. Para estes, houve ainda tempo para traçar linhas de reforço da JCP para o próximo ano lectivo. No plenário da organização do Ensino Superior, as dezenas de contributos partilhados pelos vários militantes permitiram procurar formas para intensificar a luta por mais Acção Social, alojamento e por condições mais justas de acesso e frequência deste nível de ensino. A luta contra as propinas e as taxas e emolumentos esteve na ordem do dia.

No plenário do Ensino Profissional realizou-se um balanço da actividade ao longo do último ano lectivo, assim como a necessidade de garantir a estes estudantes o direito ao tempo livre, estágios dignos, regimes de faltas justos e colocar um fim na sobrecarga horária. Já a precariedade laboral, a estagnação salarial, o aumento do custo de vida, e a respostas a estes problemas com organização e luta foram questões amplamente discutidas pelos jovens trabalhadores.

A colocar o direito ao desporto em destaque, o Torneio da Bola, momento já típico nas jornadas nacionais dos jovens comunistas, completou o terceiro dia na Atalaia.

 

Luta e alegria

Domingo, depois de muito trabalho, realizou-se um debate sobre a Situação Internacional e a Luta da Juventude pela Paz, que contou com a participação de Kaoê Rodrigues, do Secretariado da Direcção Nacional da JCP, e de Albano Nunes, da Comissão Central de Controlo do PCP. Para além do contributo dos jovens comunistas para a discussão e o combate no plano internacional, em particular no quadro da Federação Mundial da Juventude Democrática, foram realçadas questões como a utilização imperialista do militarismo para responder à crise estrutural do capitalismo, a aposta do capital em forças reaccionárias e fascistas e a intensificação da ofensiva ideológica para atacar a actividade e intervenção dos comunistas.

Finalmente, segunda-feira foi dia de regressar a casa para dar seguimento ao importante trabalho de construir e divulgar a Festa do Avante! por todas as regiões do País. A própria Jornada Nacional contribuiu, e muito, para essa afirmação da Festa junto dos jovens de todo o País. Desde logo porque muitos dos que nela participaram não estão organizados na JCP. São, isso sim, amigos dos comunistas que com eles participam nas lutas quotidianas da juventude pelos seus direitos e aspirações, que tiveram a oportunidade de conhecer com profundidade a Quinta da Atalaia, a Festa «antes da Festa» e como pensam, vivem e lutam os comunistas.

De volta às suas casas, o desejo de voltar em Setembro e de dar a conhecer a Festa a muitas outras pessoas, terá, sem dúvida, crescido.

 

 



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