Artigo anterior  Próximo artigo

CDU do distrito de Aveiro faz balanço
dos últimos quatro anos e discute
intervenção eleitoral para as eleições de Dezembro
Exigir uma nova política


Realizou-se no passado sábado, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, o Encontro Distrital de Aveiro da CDU, que reuniu dezenas de activistas oriundos da maioria dos concelhos do Distrito, que discutiram a preparação das eleições autárquicas de Dezembro.

A mesa foi constituída por Alcina Fernandes, advogada, independente, que presidiu, Nuno Teixeira, da JCP, António Salavessa, da DORAV do PCP, João José Ferreira, do Partido Ecologista «Os Verdes», João Frazão, responsável distrital do PCP e Agostinho Lopes, membro da Comissão Política do PCP.

A intervenção de abertura esteve a cargo de António Salavessa, na qualidade de responsável pelo trabalho autárquico distrital do PCP, que começou por apresentar um quadro comparativo entre a acção da CDU e a das restantes forças políticas. A propósito afirmou que a Coligação «com uma prática baseada na proximidade às populações, não só resolveu problemas básicos, como lançou e concretizou os fundamentos do planeamento e desenvolvimento sustentável» acrescentando que «as autarquias geridas pela CDU são as que apresentam as mais elevadas taxas de atendimento e cobertura nas redes de abastecimento de água e de recolha de efluentes, aquelas onde são mais expressivos a participação e envolvimento populares e o apoio ao associativismo».

Após referir as taxas de cobertura plenas de saneamento básico nas autarquias geridas pela CDU, António Salavessa contrastou essa situação com a que se vive no Distrito de Aveiro, onde, no ano de 1999 e de acordo com números oficiais «concelhos com menos de 50 por cento de população servida de abastecimento de água eram quatro – Vagos, Santa Maria da Feira, Arouca, e Oliveira de Azeméis – sendo a taxa de atendimento em saneamento inferior a 25% em Santa Maria da Feira, Arouca, Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga e Murtosa, e inferior a 50% em Castelo de Paiva, Vale de Cambra, Estarreja, Albergaria-a-Velha e Vagos», para concluir que dez dos dezanove concelhos do distrito têm menos de 50 por cento de cobertura de saneamento».

Intensificar a luta

João Frazão, no início da sessão de encerramento efectuada após muitas intervenções de participantes do Encontro, evocou mais alguns exemplos de bom trabalho nas autarquias, referindo, a propósito, os dois eleitos da CDU na Assembleia Municipal de Espinho, que «fizeram mais propostas neste mandato que todos os outros eleitos juntos», enunciando em seguida, para que ficassem claros, os objectivos antes assumidos, e que são «concorrer a todos os órgãos municipais do Distrito e a pelo menos 50 por cento das duzentas e oito freguesias», bem como «aumentar o número de votos e de mandatos da CDU».

João Frazão terminou colocando três questões aos participantes. Em primeiro lugar a necessidade de obtenção de «meios, particularmente financeiros», dado que a recolha desses meios é uma questão central para estarmos à altura das exigências que nos serão colocadas pelas ofensivas eleitoralistas das restantes forças políticas; em segundo lugar a possibilidade de conciliar «o reforço e a afirmação da CDU, com o reforço e a afirmação próprias de cada uma das organizações que a integram – PCP e PEV», e por último, que «não é incompatível com este trabalho, a dinamização da luta e do protesto dos trabalhadores e das populações em torno dos problemas que os afectam» sendo a luta o melhor espaço para que se prestigiem os militantes e apoiantes da CDU.

A encerrar o Encontro, usou da palavra Agostinho Lopes que, sobre o tema autárquico, vincou a necessidade de um resultado que reforce a CDU face à direita e ao PS, um resultado que não deixaria de influenciar os desenvolvimentos ulteriores da situação política e social. Referiu ainda que, para que tal resultado seja possível, os activistas da CDU devem desenvolver, em simultâneo, a luta de massas e a luta institucional de denúncia da política de direita, colocando sempre a necessidade de uma ruptura com a situação actual, exigindo uma política diferente.

«Avante!» N.º 1435 - 31.Maio.2001