pela liberdade e a democracia»
O crime ao contrário
A ofensiva anticomunista e fascizante, em marcha em vários países, procura ocultar que «os comunistas estiveram sempre na primeira fila – e, por vezes, sozinhos –, na luta pela liberdade e a democracia e que, em todo o Mundo, os comunistas foram as principais vítimas do fascismo».
Espaço Internacional
Esta ideia foi exposta por Manuela Bernardino, do Secretariado do PCP e responsável da Secção Internacional, no fecho do debate que reuniu, no Palco Solidariedade, camaradas do PCE, do PC da Grécia, do PC da Boémia e Morávia (República Checa), e do PC da Federação Russa. Os comunistas portugueses estiveram ainda representados por Abílio Fernandes, deputado, e Miguel Madeira, dirigente do Partido e da JCP e presidente da Federação Mundial da Juventude Democrática.
Outros camaradas denunciaram o facto de, no ataque aos ideais e às organizações comunistas, os poderes que servem o capital esgrimirem argumentos invertidos. Isso ressaltou na intervenção de Francisco Martinez, do PCE, «o único partido que teve dirigentes seus nas cadeias franquistas», durante os 40 anos de ditadura em que «muitos comunistas e outros democratas foram assassinados». «Algum português admite que se possa criminalizar Álvaro Cunhal. Da mesma forma, não se pode admitir em Espanha que possam criminalizar Dolores Ibarruri, La Pasionaria», insurgiu-se.
Babis Angourakis, do PC da Grécia, lembrou que foi neste país que os EUA, há 60 anos, fizeram a sua primeira intervenção militar após a 2.ª Guerra Mundial, para ajudarem a derrotar o Exército Nacional Popular de Libertação, desencadeando um processo de repressão que desembocaria na «ditadura dos coronéis», por isso, «não venham cá falar em crimes dos comunistas, porque os crimes foram dos fascistas».
O ressurgimento de uma nova e acesa campanha anticomunista, condenado no debate que a assumiu como tema principal, prende-se com a iniciativa levada, no início deste ano, ao Conselho da Europa, pelo deputado sueco Göran Lindblad. Sob o pano de fundo da «equiparação» do comunismo ao nazismo, defendeu a criminalização e ilegalização dos partidos comunistas.
«O projecto de resolução comportava uma ideologia – o anticomunismo –, que, como a história mostra, é sempre antidemocrática, e um programa de acção que constituiria um salto qualitativo na repressão dos comunistas», lembrou Manuela Bernardino, apontando como objectivo dos promotores desta campanha «confundir e intimidar todos os que resistem às injustiças dos nossos dias».
«Nas repúblicas do Báltico, glorificam os nazis, reerguem-lhes as estátuas e perseguem os que lutaram contra os nazis, mas Lindblad não se preocupa com este totalitarismo», acusou Boris Komotsky, do PCFR e do jornal Pravda, que apontou como sinal do anticomunismo que grassa na Rússia a decisão do Governo de Putin de acabar com o feriado de 7 de Novembro, dia da revolução socialista que marcou o Século XX.
Vratislav Vyhlika, do Partido Comunista da Boémia e Morávia, contou que, na República Checa, «estamos a ser perseguidos» e «crescem as manifestações anticomunistas». Aos vários níveis, assegurou, «o anticomunismo é garantia de sucesso». Na recente campanha eleitoral, o próprio vice-presidente do partido foi agredido e sofreu ferimentos.
Não está morto!
Outra ideia que sobressaiu no debate prende-se com o facto de a actual ofensiva anticomunista se seguir a um período em que foi sobejamente declarada, pelos ideólogos da direita, a morte do comunismo. As forças do imperialismo, disse Miguel Madeira, «sentem a necessidade de, constantemente, tomar medidas para o aniquilamento do ideal comunista e têm noção da vivacidade e do poder de atracção que os ideais do socialismo e do comunismo exercem sobre amplas massas juvenis». Notou ainda que os jovens «são o alvo prioritário das acções de revisão, branqueamento e deturpação da história».
«Nem queríamos acreditar», confessou Abílio Fernandes, dando conta da sua reacção à leitura do ponto agendado para debate no Conselho da Europa, que referia a necessidade de condenação internacional dos crimes dos regimes comunistas totalitários. «O relator sueco decidiu imputar aos comunistas todas as atrocidades em que estiveram envolvidos comunistas, para forjar a conclusão de que seria inerente à ideologia comunista a prática de assassinatos, torturas, mortes em campos de concentração. Ora, se alguém sofreu de tudo isto, foi o PCP, foram os nossos camaradas que lutaram pela democracia», concluiu o deputado comunista.
Manuela Bernardino considerou «necessário e imprescindível o reforço da solidariedade entre os partidos comunistas, nomeadamente na Europa, para fazer face a esta onda anticomunista» e adiantou que, «nesse sentido, realizar-se-á em Portugal, em Novembro, um encontro internacional de partidos comunistas e operários que entendem que hoje nos confrontamos com enormes perigos, mas que, simultaneamente, existem grandes potencialidades de transformação revolucionária».
Liberdade atacada
Foram apontados pelo presidente da FMJD alguns exemplos de como a campanha anticomunista está a gerar graves limitações às liberdades democráticas, designadamente:
- detenções e torturas a membros da Liga da Juventude Comunista Leninista da Ucrânia,
- proibição de dirigentes de União da Juventude Republicana Bielorussa de viajarem para diversos países da Europa,
- tentativa de ilegalização da União da Juventude Comunista da República Checa,
- tentativa de criminalização da União da Juventude Comunista da Colômbia, com perseguição, prisão e assassinatos de membros e dirigentes.
Outros camaradas denunciaram o facto de, no ataque aos ideais e às organizações comunistas, os poderes que servem o capital esgrimirem argumentos invertidos. Isso ressaltou na intervenção de Francisco Martinez, do PCE, «o único partido que teve dirigentes seus nas cadeias franquistas», durante os 40 anos de ditadura em que «muitos comunistas e outros democratas foram assassinados». «Algum português admite que se possa criminalizar Álvaro Cunhal. Da mesma forma, não se pode admitir em Espanha que possam criminalizar Dolores Ibarruri, La Pasionaria», insurgiu-se.
Babis Angourakis, do PC da Grécia, lembrou que foi neste país que os EUA, há 60 anos, fizeram a sua primeira intervenção militar após a 2.ª Guerra Mundial, para ajudarem a derrotar o Exército Nacional Popular de Libertação, desencadeando um processo de repressão que desembocaria na «ditadura dos coronéis», por isso, «não venham cá falar em crimes dos comunistas, porque os crimes foram dos fascistas».
O ressurgimento de uma nova e acesa campanha anticomunista, condenado no debate que a assumiu como tema principal, prende-se com a iniciativa levada, no início deste ano, ao Conselho da Europa, pelo deputado sueco Göran Lindblad. Sob o pano de fundo da «equiparação» do comunismo ao nazismo, defendeu a criminalização e ilegalização dos partidos comunistas.
«O projecto de resolução comportava uma ideologia – o anticomunismo –, que, como a história mostra, é sempre antidemocrática, e um programa de acção que constituiria um salto qualitativo na repressão dos comunistas», lembrou Manuela Bernardino, apontando como objectivo dos promotores desta campanha «confundir e intimidar todos os que resistem às injustiças dos nossos dias».
«Nas repúblicas do Báltico, glorificam os nazis, reerguem-lhes as estátuas e perseguem os que lutaram contra os nazis, mas Lindblad não se preocupa com este totalitarismo», acusou Boris Komotsky, do PCFR e do jornal Pravda, que apontou como sinal do anticomunismo que grassa na Rússia a decisão do Governo de Putin de acabar com o feriado de 7 de Novembro, dia da revolução socialista que marcou o Século XX.
Vratislav Vyhlika, do Partido Comunista da Boémia e Morávia, contou que, na República Checa, «estamos a ser perseguidos» e «crescem as manifestações anticomunistas». Aos vários níveis, assegurou, «o anticomunismo é garantia de sucesso». Na recente campanha eleitoral, o próprio vice-presidente do partido foi agredido e sofreu ferimentos.
Não está morto!
Outra ideia que sobressaiu no debate prende-se com o facto de a actual ofensiva anticomunista se seguir a um período em que foi sobejamente declarada, pelos ideólogos da direita, a morte do comunismo. As forças do imperialismo, disse Miguel Madeira, «sentem a necessidade de, constantemente, tomar medidas para o aniquilamento do ideal comunista e têm noção da vivacidade e do poder de atracção que os ideais do socialismo e do comunismo exercem sobre amplas massas juvenis». Notou ainda que os jovens «são o alvo prioritário das acções de revisão, branqueamento e deturpação da história».
«Nem queríamos acreditar», confessou Abílio Fernandes, dando conta da sua reacção à leitura do ponto agendado para debate no Conselho da Europa, que referia a necessidade de condenação internacional dos crimes dos regimes comunistas totalitários. «O relator sueco decidiu imputar aos comunistas todas as atrocidades em que estiveram envolvidos comunistas, para forjar a conclusão de que seria inerente à ideologia comunista a prática de assassinatos, torturas, mortes em campos de concentração. Ora, se alguém sofreu de tudo isto, foi o PCP, foram os nossos camaradas que lutaram pela democracia», concluiu o deputado comunista.
Manuela Bernardino considerou «necessário e imprescindível o reforço da solidariedade entre os partidos comunistas, nomeadamente na Europa, para fazer face a esta onda anticomunista» e adiantou que, «nesse sentido, realizar-se-á em Portugal, em Novembro, um encontro internacional de partidos comunistas e operários que entendem que hoje nos confrontamos com enormes perigos, mas que, simultaneamente, existem grandes potencialidades de transformação revolucionária».
Liberdade atacada
Foram apontados pelo presidente da FMJD alguns exemplos de como a campanha anticomunista está a gerar graves limitações às liberdades democráticas, designadamente:
- detenções e torturas a membros da Liga da Juventude Comunista Leninista da Ucrânia,
- proibição de dirigentes de União da Juventude Republicana Bielorussa de viajarem para diversos países da Europa,
- tentativa de ilegalização da União da Juventude Comunista da República Checa,
- tentativa de criminalização da União da Juventude Comunista da Colômbia, com perseguição, prisão e assassinatos de membros e dirigentes.