Respirar a liberdade
O Pavilhão Central é o espaço político por excelência da Festa do Avante. Sempre o foi e assim voltou a ser nesta edição dos seus 30 anos, proporcionando ao visitante uma informação muito completa sobre as posições e propostas do PCP.
Pavilhão Central, coração da Festa
Este é sem dúvida o traço mais forte de um espaço onde um inigualável acervo de informação, cuidadosa e qualificadamente tratado, nos mais variados suportes – da exposição em papel aos meios audiovisuais – oferece a quem o percorre uma larga visão sobre o que pensam, o que defendem e propõem os comunistas e o seu Partido relativamente às grandes questões e problemas que se colocam aos trabalhadores e ao País.
O que ali esteve foi, aliás, um olhar tão intenso e completo sobre a realidade que o «problema» que se colocava ao visitante residiu, eventualmente, no estabelecimento de critérios de selecção capazes de permitir não apenas visualizar como reter o essencial da informação posta à sua disposição.
Tal era a abundância e o grau de pormenorização dos temas tratados, nas diferentes exposições, num ano em que se comemorou o 85.º aniversário do Partido, bem como o 75.º aniversário do Avante!, a par da passagem dos 70 anos sobre a abertura do sinistro campo de concentração do Tarrafal, em que se evocam os 30 anos da Constituição da República, em que se assinala a passagem do 45.º ano sobre o assassinato pela PIDE de José Dias Coelho, e, por fim, em que se comemora o centenário do nascimento dessa figura maior da nossa cultura que foi o maestro Fernando Lopes Graça.
Foram estes grandes temas que preencheram parte fundamental do conteúdo político do Pavilhão Central, situado, como habitualmente, bem no coração da Festa, junto à Praça da Paz, este ano valorizado na sua fachada principal, orientada para a Alameda da Liberdade, por três grandes altos relevos, num trabalho colectivo de designers e artistas plásticos comunistas e amigos do Partido.
Reproduzindo imagens e gravuras alusivas à história do Partido, num total de 35 metros, estas peças de tonalidade pedra calcária, sobressaindo no azul acizentado das paredes, foram o resultado de uma técnica mista a partir de esferovite sobre madeira.
Adesões ao Partido
Este foi, pois, o Pavilhão que abrigou um valioso manancial de informação distribuído e organizado a partir de um eixo central que estabelecia a ligação entre dois grandes corpos a ele adjacentes por onde se estabeleciam os percursos exposicionais e os auditórios.
Era no espaço de ligação central, com uma pendente suave, preenchida por clássicos bancos de jardim, que lhe conferiam a natureza de um repousante espaço de sociabilidade, que se encontravam, sensivelmente a meio, duas paredes perpendiculares com painéis onde, para além de se explicarem as razões que justificavam o convite, estava inscrita a frase «Adere ao PCP, Junta a tua à nossa Voz», o que se saldou pela adesão ao Partido de mais de três dezenas de novos militantes.
Neste corredor central - encimado num dos extremos pelo Café d´ Amizade, com a sua magnífica esplanada, sempre muito concorrida - podiam ainda observar-se, em lugar de destaque, nas suas paredes laterais, a toda a largura, de um lado, a exposição evocativa dos 30 anos da Lei Fundamental, e, do outro lado, estendendo-se por dez painéis, a evocação de Fernando Lopes Graça, «Artista genial, Maestro de Abril, Militante comunista», que se destacou pela suas obras no campo da música, pela sua dimensão literária, e pela sua intensa e diversificada intervenção política como comunista.
Proteger recursos
No Pavilhão Central – todo ele uma interessante solução edificada «agarrada» à morfologia do terreno - , a despertar viva curiosidade estava também o Espaço Ciência, no qual relevava a exposição «Terra, para que te quero ?», ponto de partida para falar de vulnerabilidades do nosso planeta, como a desertificação, e da importância de um desenvolvimento equilibrado, capaz de conservar recursos naturais como o ar, o solo, os animais e as plantas.
Este foi um local apelativo, onde, ainda, puderam observar-se experiências simples, como a de determinar o PH de um solo, nele havendo igualmente lugar para a reflexão e a troca de pontos de vista, nos seis debates aí realizados, onde não faltaram momentos emotivos e de grande beleza como aconteceu na evocação do centenário do nascimento do grande professor e poeta Rómulo de Carvalho (António Gedeão).
Referência especial merece também o auditório de projecção, com uma programação repartida, por um lado, com uma justa homenagem a Vasco Granja, através da exibição de películas por si escolhidas, ele que foi o grande divulgador do cinema de animação no nosso País, e, por outro lado, com longas metragens sobre a Guerra Civil espanhola, que antecipou o pesadelo vivido pela humanidade na 2.ª Guerra Mundial.
«Romper amarras»
Para além da presença do «Militante», numa exposição em oito painéis chamando-nos a atenção para seu papel como revista do PCP orientada para a «reflexão e prática revolucionária», destaque merece igualmente a mostra da Comunica©to – Arte e Comunicação na Luta Política, na qual esteve patente a preocupação pela diversidade de opções formais e estéticas, subordinada nesta sua edição ao tema genérico «Romper amarras».
Presença obrigatória, sempre vista com muito interesse pelos visitantes, sobretudo os mais jovens, muitos dos quais levaram uma primeira página impressa no próprio momento com um texto alusivo à Festa de 2006, foi também um dos prelos com os quais a arte e minúcia de camaradas tipógrafos, vários deles presentes, conferiram durante décadas letra de forma às páginas do Avante! clandestino.
Comovente, trazendo à memória exaltantes momentos de fraternidade e alegria, foi, por último, a passagem de um vídeo com excertos dos espectáculos da Festa nas suas 29 edições anteriores, numa espécie de pequeno palco onde a Festa, projectada em imagens, foi, ela mesmo, o artista principal.
O que ali esteve foi, aliás, um olhar tão intenso e completo sobre a realidade que o «problema» que se colocava ao visitante residiu, eventualmente, no estabelecimento de critérios de selecção capazes de permitir não apenas visualizar como reter o essencial da informação posta à sua disposição.
Tal era a abundância e o grau de pormenorização dos temas tratados, nas diferentes exposições, num ano em que se comemorou o 85.º aniversário do Partido, bem como o 75.º aniversário do Avante!, a par da passagem dos 70 anos sobre a abertura do sinistro campo de concentração do Tarrafal, em que se evocam os 30 anos da Constituição da República, em que se assinala a passagem do 45.º ano sobre o assassinato pela PIDE de José Dias Coelho, e, por fim, em que se comemora o centenário do nascimento dessa figura maior da nossa cultura que foi o maestro Fernando Lopes Graça.
Foram estes grandes temas que preencheram parte fundamental do conteúdo político do Pavilhão Central, situado, como habitualmente, bem no coração da Festa, junto à Praça da Paz, este ano valorizado na sua fachada principal, orientada para a Alameda da Liberdade, por três grandes altos relevos, num trabalho colectivo de designers e artistas plásticos comunistas e amigos do Partido.
Reproduzindo imagens e gravuras alusivas à história do Partido, num total de 35 metros, estas peças de tonalidade pedra calcária, sobressaindo no azul acizentado das paredes, foram o resultado de uma técnica mista a partir de esferovite sobre madeira.
Adesões ao Partido
Este foi, pois, o Pavilhão que abrigou um valioso manancial de informação distribuído e organizado a partir de um eixo central que estabelecia a ligação entre dois grandes corpos a ele adjacentes por onde se estabeleciam os percursos exposicionais e os auditórios.
Era no espaço de ligação central, com uma pendente suave, preenchida por clássicos bancos de jardim, que lhe conferiam a natureza de um repousante espaço de sociabilidade, que se encontravam, sensivelmente a meio, duas paredes perpendiculares com painéis onde, para além de se explicarem as razões que justificavam o convite, estava inscrita a frase «Adere ao PCP, Junta a tua à nossa Voz», o que se saldou pela adesão ao Partido de mais de três dezenas de novos militantes.
Neste corredor central - encimado num dos extremos pelo Café d´ Amizade, com a sua magnífica esplanada, sempre muito concorrida - podiam ainda observar-se, em lugar de destaque, nas suas paredes laterais, a toda a largura, de um lado, a exposição evocativa dos 30 anos da Lei Fundamental, e, do outro lado, estendendo-se por dez painéis, a evocação de Fernando Lopes Graça, «Artista genial, Maestro de Abril, Militante comunista», que se destacou pela suas obras no campo da música, pela sua dimensão literária, e pela sua intensa e diversificada intervenção política como comunista.
Proteger recursos
No Pavilhão Central – todo ele uma interessante solução edificada «agarrada» à morfologia do terreno - , a despertar viva curiosidade estava também o Espaço Ciência, no qual relevava a exposição «Terra, para que te quero ?», ponto de partida para falar de vulnerabilidades do nosso planeta, como a desertificação, e da importância de um desenvolvimento equilibrado, capaz de conservar recursos naturais como o ar, o solo, os animais e as plantas.
Este foi um local apelativo, onde, ainda, puderam observar-se experiências simples, como a de determinar o PH de um solo, nele havendo igualmente lugar para a reflexão e a troca de pontos de vista, nos seis debates aí realizados, onde não faltaram momentos emotivos e de grande beleza como aconteceu na evocação do centenário do nascimento do grande professor e poeta Rómulo de Carvalho (António Gedeão).
Referência especial merece também o auditório de projecção, com uma programação repartida, por um lado, com uma justa homenagem a Vasco Granja, através da exibição de películas por si escolhidas, ele que foi o grande divulgador do cinema de animação no nosso País, e, por outro lado, com longas metragens sobre a Guerra Civil espanhola, que antecipou o pesadelo vivido pela humanidade na 2.ª Guerra Mundial.
«Romper amarras»
Para além da presença do «Militante», numa exposição em oito painéis chamando-nos a atenção para seu papel como revista do PCP orientada para a «reflexão e prática revolucionária», destaque merece igualmente a mostra da Comunica©to – Arte e Comunicação na Luta Política, na qual esteve patente a preocupação pela diversidade de opções formais e estéticas, subordinada nesta sua edição ao tema genérico «Romper amarras».
Presença obrigatória, sempre vista com muito interesse pelos visitantes, sobretudo os mais jovens, muitos dos quais levaram uma primeira página impressa no próprio momento com um texto alusivo à Festa de 2006, foi também um dos prelos com os quais a arte e minúcia de camaradas tipógrafos, vários deles presentes, conferiram durante décadas letra de forma às páginas do Avante! clandestino.
Comovente, trazendo à memória exaltantes momentos de fraternidade e alegria, foi, por último, a passagem de um vídeo com excertos dos espectáculos da Festa nas suas 29 edições anteriores, numa espécie de pequeno palco onde a Festa, projectada em imagens, foi, ela mesmo, o artista principal.